Parece que livros de ficção usam como regra a narração em terceira pessoa. “Marcos desceu as escadas”. Mas é sempre bom lembrar que existem diversos tipos de narrador, e é importante você pesar eles na hora de decidir por quais olhos vai contar a sua história.
Mesmo se for o padrão, em terceira pessoa, lembra também que existe mais de um tipo!
Conta a história através do próprio ponto de vista, usando o pronome “Eu”. Um exemplo é o livro “Jogos Vorazes”:
“Prim!” O grito estrangulado sai da minha garganta, e meus músculos começam a se mover novamente. “Prim!”
Eu não preciso empurrar a multidão. As outras crianças abrem caminho imediatamente me permitindo um caminho direto para o palco. Eu a alcanço assim que ela está prestes a subir os degraus. Com um movimento do meu braço, eu a empurro para trás de mim.
“Eu voluntário!” Eu grito. “Eu me ofereço como tributo!”
Um dos tipos mais incomuns, conta a história como se o ponto de vista fosse o leitor, usando o pronome “Você”. Um exemplo é o livro “A Quinta Estação”:
Mas os obeliscos existem, e eles desempenham um papel no fim do mundo e, portanto, são dignos de nota.
De volta ao pessoal. Precisa manter as coisas no chão, ha ha.
A mulher que mencionei, aquela cujo filho está morto. Ela não estava em Yumenes, felizmente, ou isso seria um conto muito curto. E você não existiria.
Conta a história através do ponto de vista de um personagem, usando o pronome “Ele”, mas o narrador possui apenas as percepções do personagem. Um exemplo é a série de livros “Harry Potter”:
Algo muito doloroso estava acontecendo na mente de Harry. Quando a história de Hagrid chegou ao fim, ele viu novamente o ofuscante clarão de luz verde, mais claramente do que jamais se lembrava antes – e lembrou-se de outra coisa, pela primeira vez em sua vida: uma gargalhada alta, fria e cruel. .
Hagrid estava olhando para ele com tristeza.
Conta a história através do ponto de vista de um personagem, usando o pronome “Ele”, mas o narrador possui conhecimento do ponto de vista e percepções de todos os personagens. Um exemplo é o livro “O Guia dos Mochileiros da Galáxia”
E então, uma quinta-feira, quase dois mil anos depois de um homem ter sido pregado em uma árvore por dizer como seria bom ser gentil com as pessoas, uma menina sentada sozinha em um pequeno café em Rickmansworth de repente percebeu o que foi que estava dando errado todo esse tempo, e ela finalmente sabia como o mundo poderia ser um lugar bom e feliz. Desta vez, estava certo, funcionaria, e ninguém teria que ser pregado em nada.
Infelizmente, no entanto, antes que ela pudesse falar com alguém sobre o telefone, uma catástrofe terrivelmente estúpida ocorreu, e a idéia se perdeu para sempre.
Esta não é sua história.
A história é contada pelo ponto de vista de alguém não confiável, ou seja, nem tudo o que ele narra é verdade, ou ele escolhe esconder algumas partes da história. Um exemplo é o livro “Clube da Luta”. É dificil achar um trecho que exemplifique isso, mas se você leu você sabe do que estou falando 🙂
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