Chegamos ao episódio final da série mais badalada dos últimos anos. Foram dez anos de construção para chegarmos aqui!
Essa é uma resenha com spoilers.
Após o espetáculo de destruição trazido por Daenerys, Tyrion caminha pelos escombros de Porto Real. Abaixo da Fortaleza Vermelha, ele encontra Jaime e Cersei, mortos pela queda do teto. Ele se emociona pela perda do irmão.
<figcaption>Tá, essa cena foi boa. O Peter Dinklage é um baita ator</figcaption></figure>
Enquanto isso Jon e Davos atravessam a cidade para conversar com Daenerys. No meio do caminho encontram Verme Cinzento que está degolando prisioneiros. Jon tenta argumentar que os prisioneiros não são perigosos, mas Verme Cinzento afirma que são as ordens da rainha. Eles se estranham a ponto dos demais Imaculados sacarem as armas.
<figcaption>Verme Cinzento: “To tão puto com você que essa mera discussão já me fez ter vontade de te matar! Aí de você se fizer algo mais grave!”</figcaption></figure>
Daenerys se aproxima de suas tropas com Drogon e faz o famoso discurso “Precisamos matar todo mundo para impedir que tiranos matem todo mundo”. Jon, Arya e Tyrion observam assustados ao discurso da (agora) rainha louca.
<figcaption>Soldado1: “Você já parou para pensar que viramos os malvados?“</figcaption></figure>
Tyrion enfrenta Daenerys, e a acusa de ter destruido a cidade. Daenerys acusa Tyrion de ter libertado Jaime e prende o anão por traição.
<figcaption>Daenerys: “Traição por traição, mas eu tenho um dragão. Teje preso no ato, Mão”
*Drop the mic*</figcaption></figure>
Jon visita Tyrion em um dos poucos diálogos bem trabalhados (embora óbvio) dessa oitava temporada. Jon tenta manter firme a crença em Daenerys, mas Tyrion o força a encarar os fatos. A destruição da cidade, a morte de rivais, a mudança de justiça para tirania. Jon se mantém reticente, mas Tyrion o balança ao lembrá-lo que, embora Jon possa aceitar a rainha, suas irmãs não aceitarão.
<figcaption>Tyrion: “Bagulho vai ferver pra tu”
Jon: “De boas”
Tyrion: “E pras tuas irmã”
Jon: “Pode pá, tem que ver isso ai”</figcaption></figure>
Na cena seguinte, Jon parte para confrontar Daenerys e a encontra na sala do Trono de Ferro. Ela alisa a cadeira mas não senta nela, num raro simbolismo bacana (embora também óbvio). Jon tenta buscar algum sinal da Daenerys que ele ama, mas percebe que a sua frente está apenas uma tirana sedenta por poder. Por isso ele a mata.
<figcaption>“Oh meu Deus, isso foi tão surpreendente!” disse um total de 0 expectadores</figcaption></figure>
Drogon aparece e vê sua mãe morta. Ele tenta levantá-la numa cena bem parecida com a morte de Mufasa, dO Rei Leão. Ao perceber que ela está morta, lança um sopro de fogo no Trono e o liquefaz. Então pega Daenerys e voa para longe.
<figcaption>Eu poderia estar me perguntando porque Drogon queimou o Trono ao invés de Jon, mas no momento estou chorando porque cometi o erro de abrir o vídeo do Mufasa morrendo</figcaption></figure>
Passa algum tempo, que medimos pelo tamanho da barba de Tyrion.
<figcaption>Rústica, mas bem cuidada</figcaption></figure>
Então ficamos sabendo que Verme Cinzento não matou Jon, apenas o prendeu.
<figcaption>Minha reação ao saber de tal fato</figcaption></figure>
Verme Cinzento apresenta o anão a um pequeno conselho dos Lordes de Westeros. Vemos Sansa, Arya, Bran, Davos, Sam, Brienne, Gendry e… alguns figurantes, porque não desenvolveram personagens importantes nas últimas temporadas.
<figcaption>O da esquerda é o moleque chato, mas os outros…</figcaption></figure>
Os Lordes discutem formas de definir o novo rei, e Sam até tenta emplacar uma democracia. O fato de eu ter achado que eles realmente poderiam seguir por esse caminho mostra o quão baixas estavam minhas expectativas para esse final.
Tyrion faz um discurso enaltecendo a importância das histórias e o quanto são elas que os mantém unidos. Por isso ele sugere que Bran se torne o rei, devido a sua história de superação.
<figcaption>Bran fechando seu Ted Talk: “E foi assim, superando as dificuldades, que eu venci na vida!”
*Aplausos*</figcaption></figure>
Todos os lordes topam, exceto Sansa, que força a permanência do Norte como um estado independente.
<figcaption>Rei de Dorne1: “Caceta, independencia era uma opção? Eu posso voltar meu voto ou…”</figcaption></figure>
Verme Cinzento não aceita que Jon fique livre, mas os demais lordes negociam que ele não pode ficar preso para sempre. Ele volta então para a Patrulha da Noite. Sua cena final é partindo para o extremo norte com os Selvagens, denotando talvez que ele vire o “Rei Além da Muralha”.
<figcaption>Jon: “Me mandaram para a Patrulha da Noite, mas não tem muito o que patrulhar né?”</figcaption></figure>
Arya decide descobrir o que está a oeste de Westeros, e parte de barco rumo ao desconhecido América sentido da vida spin-offs.
<figcaption>Arya: “O barco surgiu junto com o cavalo!”</figcaption></figure>
Sansa é de fato coroada como Rainha do Norte.
<figcaption>Sansa: “Eu toco o terror mesmo!”</figcaption></figure>
Bran mantém em seu conselho Sam como Meistre, Bronn como Senhor das Finanças (??!?) e Davos como Senhor dos Navios. Brienne termina como líder da guarda real e conta a história de Jaime nos registros.
<figcaption>A única coisa que valeu nessa última temporada foi Brienne ter realizado seu sonho.</figcaption></figure>
Dada a situação que começou esse episódio, os rumos da trama não tinham como ser outros. Daenerys precisava morrer, depois de ser tão desumanizada. Tyrion e Jon precisavam reconhecer a loucura da rainha. Alguém precisava ficar com o trono.
<figcaption>Menos você. Boooo!</figcaption></figure>
Mas a decisão de ser Bran é quase imperdoável. A troca de personalidade entre “Meu nome nem é Bran mais” para “Bora ficar com essa coroa ai” é triste.
Eu realmente não vejo muitos problemas com as ideias em si, mas sim com a construção. Não houve mais nenhum espaço para nuance ou sutileza. Veja Daenerys: foi de salvadora do norte à literal loucura em dois episódios, e, caso você tenha ficado na dúvida se ela estava virando vilã mesmo, os produtores da série fizeram questão de mudar o figurino da rainha de “Neve Heróica” para “Darth Vader”.
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Acho que minha maior decepção com tudo foi esse afunilamento e simplificação da trama. Nas últimas temporadas não havia mais espaço para ambiguidade, os vilões e mocinhos eram claros. Não havia espaço para uma trama mais complexa, um dos maiores chamarizes dos livros e das primeiras temporadas, precisa ser um só lado do bem contra um só lado do mal. Assim foi com o Rei da Noite, assim foi com Cersei e assim terminou com Daenerys.
O episódio em si não foi o pior dessa temporada, arrisco dizer que foi um dos melhores, e isso já diz muito sobre a pouca qualidade que terminou uma obra com tanto potencial.
Que tristeza.
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