As Crônicas da Nova República Paulista – Carga Internacional – Parte 3

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A estrada ali estava terrível, e o que antes da Libertação poderia ser feito em trinta minutos demorava horas. Eddie não conseguia dirigir tão rápido quanto prometera, mas ninguém conseguiria. Cruzeiro surgiu no horizonte, um amontoado de moradias simples no meio de escombros. Se Cachoeira Paulista parecia uma ruína, Cruzeiro era apenas uma sujeira no mapa, mais um marco histórico do que uma cidade propriamente dita. Um antropólogo nunca reconheceria aquele lugar como uma habitação, mas os historiadores saberiam o significado daquele amontoado. O cerco desesperado e feroz que derrubou metade de todas as vidas perdidas na guerra.

Caminhão na estrada

Eddie tinha o olhar perdido em direção a Cruzeiro quando passamos ao longo. Notei traços de tristeza em seu rosto, e uma rigidez maior que  a habitual na postura. Mas não paramos.

Como havia previsto, chegamos no mirante que marcava o fim das terras paulistas, e dois guardas preguiçosos fizeram sinal para encostarmos. Um deles batia a placa no rádio enquanto o outro fazia as perguntas padrão para Eddie: qual o motivo da viagem, por favor os documentos, por favor o visto de passagem, como esta o diesel, etc. Quando perguntou o destino ocorreu a primeira levantada de sobrancelha.

– Vitoria, Espirito Santo – proclamou Eddie.

– É o caminho errado então – disse o guarda sobre os óculos de fundo de garrafa – deveria seguir pelo território do Rio de Janeiro.

– Não posso.

– Por que não?

Eddie bufou no volante e desceu da cabine. Nao consegui distinguir as palavras que dizia ao guarda, mas o tom era o mesmo que ela usava comigo, o que significava que estava irritada com ele, e não fazia questão de esconder. Pude sentir pena do homem.

A discussão estava escalando quando o outro guarda desligou o rádio e chamou o amigo de óculos para confidenciar algo. Quando os dois voltaram, estavam com a cabeça baixa e uma postura mais submissa.

– Desculpe ter parado, dona – disse o de óculos – sabe como é, é o nosso trabalho. Eles demoraram a avisar no rádio. Pode seguir.

Eddie não respondeu, apenas ligou Leôncio e seguiu viagem.

– O que eles falaram no rádio que liberou nossa passagem? – eu perguntei.

– Carga anunciada – ela respondeu ríspida – quando bateram a placa com a central, devem ter recebido a notícia que é um frete com trânsito negociado.

– E o que é um frete com trânsito negociado?

– Carga especial – ela bufou impaciente – é pré-aprovada para não precisar parar na fronteira. Mesmo assim nos fizeram perder tempo, aqueles dois.

Andamos por volta de cinco quilômetros e chegamos ao posto do lado brasileiro e eu senti a motorista retesando os músculos novamente enquanto um dos guardas pedia para encostarmos. Haviam por volta de dez guardas no posto, todos com uniforme camuflado, o que era um exagero comparado aos dois paulistas que estavam do outro lado da fronteira, e esse fato não me passou despercebido.

– Pesagem, senhora – ele apontou para a pista da direita – precisa pesar para continuar.

Ela obedeceu e seguiu mais a direita na entrada com a placa, guiando Leôncio até aquelas pequenas rampas usadas para pesar o caminhão por inteiro. Assim que a carroceria subiu por completo, um outro homem pediu para ela parar o motor.

– Por favor, desça com os documentos, senhora.

– Prefiro entregar eles daqui – ela respondeu.

O homem ficou sem saber o que fazer, e por um momento apenas coçou a cabeça. Então se virou para o pequeno escritório ao lado e gritou.

– Cobretti, venha cá. Temos um problema.

Antes dele terminar a frase, a porta se abriu, e dela saiu um homem, também com roupa camuflada, mas a sua postura ao caminhar deixava claro que era quem estava no comando. Ele era alto e tinha o topo da cabeça calva, com uma barba grisalha e um óculos escuros reflexivos estilo aviador. Na boca, além do sorriso de um canto só, um palito de dente dançava. Apesar da careca, eu chutava que ele não teria mais do que quarenta e cinco anos, muito bem cuidados.

– Que tipo de problema? – ele disse sem desviar o reflexo dos óculos da Eddie – Problema com essa bela madame?

– Foda-se – ela disse alto o suficiente para todos ouvirem, e então ligou o motor.

Sem deixar o sorriso diminuir, Cobretti acenou para um homem a frente do caminhão e outro atrás, com agilidade, mas sem pressa, e ambos soltaram um dilacerador portátil na pista, impedindo Leôncio de ir para frente e para trás. Não pude deixar de pensar que o traseiro foi um excesso de cuidado, visto que era improvável Eddie tentar sair por re.

– Vamos conversar, madame – ele disse fingindo educação – Desça para vermos os documentos e o resultado da pesagem.

– Vocês já devem ter batido a placa – ela rugiu.

– O rádio está fora – respondeu Cobretti – desça para ficarmos em paz.

– Não estou gostando disso, Eddie – eu disse. Estava inseguro pois nunca tinha sido abordado de primeira com dilaceradores. Às vezes as negociações falhavam, o que era sempre uma dor de cabeça, mas nunca era a primeira opção da polícia de fronteira.

Ela concordou com a cabeça e disse baixo sem olhar para mim.

– Não saia da cabine. Eu vou manter a chave na ignição. Se essas tais conversas não forem por um bom caminho, dê a partida e espere eu entrar, porque é o que vou fazer antes que você consiga contar cinco.

Concordei engolindo em seco e imaginando o porquê daqueles homens estarem tomando tanto cuidado. Ação sempre me deixava desconfortável.

– Ta bom, to descendo – ela disse abrindo a porta. Eu baixei ao máximo o vidro do lado do motorista para poder escutar melhor o que era dito.

– Vamos no escritório, lá temos água fresca para você – disse Cobretti, solicito.

– Prefiro conversar aqui.

– Por favor, me deixe ser educado.

– Não estou te impedindo. Não quer ver os documentos?

Notei que o homem mantinha dois metros de distância de Eddie. Toda vez que ela se aproximava, ele se movia na direção oposta, enquanto os demais homens começavam a fechar uma espécie de círculo em torno deles, e Cobretti apenas continuava conversando e sendo educado. O ar estava tenso e pesado, e os rostos de todos, mesmo o sorriso simples de Cobretti, transpirava tensão.

Eu estava distraído, tentando entender o que estava acontecendo quando uma cabeça, ombro e mão surgiram na janela, e antes que pudesse fazer qualquer coisa, pegou a chave de Leôncio.

Foi quando o teatro acabou.

– Boa, Plínio – disse Cobretti – Bom, Edmunda, foi um prazer te conhecer – e eu não sabia como ele sabia o nome dela.

Vi que cinco homens começaram a correr para cima de Eddie, e nesse instante minha porta abriu e me jogaram para fora do banco do carona. Uma parte interna gritou por meus mapas, pois agora era óbvio que estavam levando o caminhão com tudo dentro.

O homem que me puxou não era tão alto, nem tão velho. Parecia não ter vinte anos, fato que me encorajou a lutar. Eu não era um mau lutador, afinal havia aprendido um truque ou outro nas poucas viagens que fiz quando naveguei para a gangue de motoqueiros, mas o garoto era rápido, e me acertou dois socos na costela. Consegui revidar com um jab no nariz, o que o fez sangrar e se distrair. Aproveitei a falha e me joguei sobre ele, tensionando seu pescoço para apagar sua consciência.

Foi quando uma bota me acertou na lateral e eu cai sob Leôncio. Rolei instintivamente para o lado e fiquei bem embaixo do caminhão, abraçando minhas costelas doloridas e vendo a valsa de Eddie, que se mantinha em pé contra cinco oponentes. Três agora visto que um estava desacordado e o outro o carregava.

Demorei a ter consciência do fato. A caminhoneira não estava se defendendo, mas sim enfiando uma surra naqueles homens. Motivado por sua perícia, rastejei para o lado para ajudar. Me ergui rápido e consegui acertar um empurrão com o pé em cima do homem que flanqueava Eddie, mas então um soco acertou minha têmpora e eu só dei por mim quando estava no chão sob uma bota militar. Óculos escuros me encaravam de cima para baixo, então o palito rolou na boca dele ao se virar para Eddie.

– Tenho seu amigo. Um aperto da bota e ele perde o pescoço.

Ela manteve a postura de luta, mas olhou para Cobretti.

– Temos seu amigo – ele começou, enumerando com a mão esquerda suas vantagens – sua chave, seus mapas e o maior númer…

– Não significa merda nenhuma – ela o cortou, e pela primeira vez fiquei feliz por seu comportamento rude.

Cobretti riu leve, mas sem perder a atenção. Ordenou que seus homens ligassem o carro e removessem o dilacerador da frente, e sempre que Eddie fazia menção de impedir, o homem apertava a bota no meu pescoço.

Os homens entraram em dois carros e um deles se dirigiu à cabine do caminhão. Eddie olhou bem para este e marcou seu rosto.

– Plínio, não é? É bom que eu não encontre nenhum risco quando pegar o meu caminhão de volta pois vai ser na sua conta. Não na deles – apontou para os outros carros – não na dele – apontou para Cobretti – na sua – o homem estremeceu sob o olhar mas não disse nada.

Os motores ligaram e um dos carros parou perto de mim, tão perto que quase passou por cima da minha mão. Eddie se virou para Cobretti e disse com desdém.

– Na próxima, é melhor que você esteja armado – e foi quando notei que nenhum deles carregava armas – Senão não será justo.

Eu pensei ver o sorriso dele diminuir um pouco, mas talvez tenha sido só a minha imaginação.

– Não haverá uma próxima, Edmunda – e continuou assim que o carro deu partida – mas fique tranquila que agora estou muito bem armado.

Ainda conseguimos ver os carros quando Eddie já correu para dentro do posto de guarda, de onde Cobretti havia saído.

– Ei, espere – eu gritei.

Ela se virou para mim.

– Armas – eu disse triunfante – estávamos transportando armas. Você nega?

A expressão dela ganhou peso. Culpa talvez?

– Eu merecia saber – continuei.

– Achei que já sabia, depois da conversa com Boi – ela respondeu sem erguer a voz.

– Não é…

– Depois conversamos, Max – ela se virou para o posto – preciso dar um telefonema.

Sem ter mais o que fazer, a segui para dentro. Era um cômodo quadrado, com uma mesa de escritório em um canto, com papéis e um telefone em cima. Duas portas ao fundo, uma levando ao banheiro e a outra a um ármario, de onde vinham batidas.

– Veja o que é – ela disse para mim enquanto discava um número.

Admito que vacilei pelo medo, mas Eddie estava no cômodo comigo e a demonstração de força que ela dera era mais do que eu imaginava possível. Encostei na maçaneta com o corpo retesado, e assim que a abri, saltei para trás para evitar qualquer tipo de contato indesejado.

Dois homens com roupa de guarda rodoviário, ostentando o brasão brasileiro, caíram para frente, amarrados e amordaçados. Tinham os olhos assustados, por isso não tive medo ao desamarrar os nós.

– Obrigado, garoto – disse o mais velho, provavelmente o chefe.

– O que houve aqui? – eu perguntei enquanto Eddie falava baixo com alguém ao telefone.

– Aquele careca chegou aqui com uma galera – o mais jovem respondeu, com aquele sotaque arrastado de Minas – eram uns dez. Ele chegou numa boa e explicou que precisaria usar o posto por uma meia hora – então ele coçou a cabeça – quando obviamente recusamos e ameaçamos contatar a central, os demais nos pegaram e nos jogaram no ármario.

– Mais uma vez – complementou o mais velho – fica claro porque precisamos de equipamentos. Teríamos evitado a tomada do posto.

Eu olhei para os coldres dos dois. Vazios.

– A guerra está no norte, garoto – disse o líder – como estamos com falta de equipamento, são poucas as unidades que tem alguma arma.

Foi quando ouvi Eddie colocando o telefone no gancho. Não tinha ideia de com quem ela tinha falado.

– Eles falaram para onde iam? – ela perguntou aos dois – Onde iam ou de onde vieram? Falaram o nome de qualquer cidade?

O mais velho coçou a cabeça.

– Não falaram dona, mas não tem muito para onde ir. Tem cinco paradas a frente, todas seguindo o fluxo da estrada. A única bifurcação real acontece na última, em Santana do Capivari, um bairro distante de Pouso Alto . Antes disso eu não sei se tem como desviarem da rota.

Os olhos de Eddie ganharam um pouco da determinação que eu estava sentindo falta nos últimos minutos. Ela olhou para mim e fez sinal para irmos para fora.

– Nós vamos esperar ali fora – ela disse para os guardas – se precisarem de nós é só avisar.

– Eu não sabia da carga. Mesmo se tivesse entendido na conversa com Boi, você deveria ter me avisado lá na Parada Russa, antes de fechar negócio.

Ela apenas assentiu com a cabeça.

– Se não pelo dever moral, pelo preço que deveria ser muito maior, dado o risco. Você foi injus…

– Injusta não – ela me cortou, mas sem a agressividade habitual – falei o preço e você aceitou, só isso. Não houve perguntas nem interesse especial em nada.

– Mas não é justo! – e minha voz saiu mais alta do que o habitual – não concordo e não acho uma boa atravessarmos a fronteira para entregar armas! Olhe o estado das coisas aqui – então apontei de onde viemos – lembra do estado de Cruzeiro?

Eddie parecia pronta a revidar mas baixou a vista a menção de Cruzeiro. Permanecemos em silêncio mais alguns minutos, o suficiente para se tornar um incômodo, mas não o interrompemos, até um carro surgir no horizonte.

– Nossa carona – ela disse – cobrei um favor. Vamos ter um carro para buscar Leôncio.

– Eu não vou com você.

Eu estava disposto a devolver o dinheiro. Pelo menos um parte dele. Mas eu não iria ajudar alguém como ela a entregar armas sem nem saber quem era o comprador e qual o seu interesse.

– Eu preciso recuperar o caminhão – ela disse, como se aquela frase explicasse tudo.

– Para entregar as armas, eu se…

– Não – ela respondeu com a voz mais firme – eu preciso recuperar o caminhão.

– Eddie, eu não vou armar rebeldes em Vitória também. Não é certo.

– Não tem como ter certeza que o destino são rebeld…

– Quem mais encomenda um caminhão de armas, Eddie? – foi minha vez de a interromper – Você deve estar satisfeita, não entregou para os rebeldes de Vitória, mas deixou com os primos em Minas Gerais. Parabéns.

Ela me encarou mas não tentou rebater meu raciocínio.

Já era possível ver o carro com mais detalhes agora, era um belo Maverick preto, com certeza item de colecionador. Seu ronco era potente e era inegável sua beleza.

– Preciso chegar a Santana do Capivari antes deles, Max. Depois decidimos o que vamos fazer.

Na Parada Russa ela era minha tábua de salvação financeira, mas agora eu era sua esperança de recuperar seu ganha-pão. Era a hora de negociar. Dessa vez eu tinha a mão mais alta e ela não poderia se esconder atrás do seu “Eu não pechincho”.

– Vamos atrás deles, mas para voltar com a carga. Pegamos o caminhão e voltamos pelo mesmo caminho, devolvendo a carga para seu empregador.

– Não, precisamos ver isso com cuidado. Decidimos quando tivermos ele em mãos – e eu percebi ela perdendo a calma.

– Ou é do meu jeito, ou você vai sozinha até essa cidade – e baixei a voz para mostrar meu ás na manga – mas eu sei um caminho para ir mais rápido do que um caminhão consegue.

– Você acha que me engana? – ela tentava manter a aparência, mas havia uma dúvida em seus olhos – o próprio guardinha disse que é só uma estrada até lá.

– É o único caminho direto mesmo, principalmente para um caminhão. Mas se você seguir apenas, vai dar de cara com eles e não terá um plano para conseguir pegar tudo de volta.

– Você acha que eu preciso de um plano? – ela vociferou.

– Dois carros, mais um caminhão? Sim, acho que precisa de um plano.

Ela viu o carro se aproximando e falou baixo.

– Você é um miserável, Max.

– Temos um acordo? – ergui a mão para ela apertar – pegamos o caminhão, voltamos por esse caminho e entregamos a carga de volta para seu empregador.

– Quero o dinheiro de volta – ela disse, tentando ganhar terreno. O Maverick então parou, abriu a porta e agora a pressa dela em resolver tudo me dava todas as vantagens na negociação.

Apenas neguei com a cabeça.

– Seu mão de vaca do cacete – então ela apertou minha mão – Miserável, mão de vaca – então disse para si mesma – perdi dinheiro, carga e agora um favor. Que merda de dia.

O homem que saiu do Maverick era baixo, por volta de um metro e sessenta de altura. Tinha uma barba farta bem cuidada no rosto e um cabelo bem escuro cortado baixo, penteado para trás. Os ombros eram largos e ele quase não tinha pescoço de tanto músculo. Se aproximou de Eddie, e, esticou a mão com um molho de chaves. As chaves do Maverick.

– Tem o carro por duas semanas. Sei que você pediu apenas uma, mas te dou por duas e estamos quites – quando ela pegou o molho, ele segurou por alguns segundos enquanto a encarava e disse – Se arranhar, bater.. Se ele não estiver exatamente como está agora, nós não estaremos mais bem. Você entendeu?

Ela manteve o olhar no homem baixo e apenas concordou com a cabeça.

Ele soltou as chaves, me cumprimentou com um meneio e um estranho sorriso educado então se virou para a lateral da estrada, onde parecia haver apenas mato. Sumiu depois do guardrail.

– O que diabos aconteceu aqui?

– Eu cobrei um favor do Barão, mas como você viu, nem mesmo o favor saiu de graça. É bom não estragarmos o carro dele.

Entramos no veículo e os bancos eram de couro, confortáveis como a minha cama de infância.

– Isso sim é vida – eu comentei e Eddie me olhou com profundo julgamento, como se o fato de elogiar um carro significasse uma ofensa a Leôncio.

– Agora que você já me extorquiu, qual é esse caminho? É bom que seja o caminho mais incrível do mundo.

– Não é incrível – eu disse e acenei para ela começar a dirigir – é uma saída de estrada de terra, depois de Pinheirinhos.

– Nunca vamos manter uma boa velocidade em uma estrada de terr…

– Apenas dirija – eu a cortei de novo, e não posso negar que senti muita alegria ao fazê-lo – quando chegarmos você vai entender. Se você for rápida e a estrada principal tão ruim quanto dizem os relatórios, chegaremos uma hora antes, no mínimo.

Ela ligou o motor, e o ronco já deixava claro o pedigree daquele carro. Seguimos pela estrada esburacada a frente com Eddie mantendo a velocidade constante.

CONTINUA

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