Resenha: Meio Rei – Joe Abercrombie

- 3 minutos de leitura

A trilogia A Primeira Lei foi uma das obras contemporâneas de literatura fantástica que mais me agradou. Portanto é esperado que eu tenha ido atrás dos demais livros de Joe Abercrombie, seu autor. Uma grata surpresa foi a segunda trilogia de sua autoria, Mar Despedaçado, com o primeiro livro sendo Meio Rei.

Apesar de ter um clima e um ritmo parecidos com os da Primeira Lei, Meio Rei se ambienta em outro mundo, menos fantástico e com foco em um personagem mais jovem, Yarvi. Segundo filho de um rei, com uma deficiência na mão que o impede de segurar um escudo (um pecado mortal para um homem nesse difícil mundo), Yarvi sonha e persegue o trabalho de Ministro, uma espécie de conselheiro do rei. Ele sabe que o trono será de seu irmão, e respeita isso.

Porém, em uma emboscada, o pai e o irmão de Yarvi morrem, e ele precisa ascender ao trono. Em meio a intrigas e problemas, ele jura vingar o pai, mas não sabe o que tal juramento pode causar.

Cheio de clichês… spoilers a frente! (pular para o final)

É difícil dar a opinião sobre esse livro sem comentar a quantidade colossal de clichês que Abercrombie faz uso durante a história.

Yarvi é coroado Rei e, na cena seguinte, sofre uma traição nas mãos de seu tio.

Ele sobrevive a uma queda no mar gelado.

De rei ele é capturado e vira um escravo acorrentado nos remos.

Através de seu intelecto, sobe alguns degraus na escada social dos escravos.

Faz amizade com o “escravo nervoso que todos temem”.

Escapa da prisão com seus recém-conquistados amigos.

Volta a sua cidade em busca de vingança e de seu reino.

E, rufem os tambores, o maior clichê de todos:

Durante a batalha com o tio, é revelado que o “escravo nervoso que todos temem” é na verdade seu outro tio, e real herdeiro do trono!

<figcaption id="caption-attachment-826" class="wp-caption-text">Aonde eu vi isso antes…</figcaption></figure>

É uma festa. Mas a escrita vai tão bem que você se diverte ao invés de se irritar. Pontos para você, Abercrombie.

…mas surpreendentemente bom!

Tal qual na primeira trilogia, o autor cria personagens cativantes que te prendem a narrativa. Esbarra em algumas soluções óbvias, mas nada que tire o charme da obra. Tem um ótimo ritmo, descrições na medida certa e cenários bem elaborados.

Apesar de estar recheado de clichês, de reviravoltas cinematográficas e de um humor sádico, é um baita livro. Yarvi é um ótimo personagem, e sua epopéia é muito bem construída.

Nota 3.5 de 5.

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