Você já deve ter visto em alguma análise de livro ou filme a palavra MacGuffin. Muitas histórias famosas utilizam esse dispositivo narrativo, algumas de maneira mais pervasiva, outras apenas como um início para a trama. Mas afinal, o que é um MacGuffin e como pode ser usado?
O termo foi cunhado pelo roteirista Angus MacPhail, mas foi popularizado de fato por Alfred Hitchcock. A definição mais ampla e aceita do termo é: MacGuffin é um objeto, lugar ou pessoa que gera motivação nos personagens de uma história, mas que não tem de fato importância narrativa.
A frase parece não ter sentido, mas é um dispositivo muito útil para gerar uma motivação intrínseca em um personagem, ou mesmo um conflito na trama, caso dois ou mais personagens tenham interesse no mesmo objeto. Nesse segundo caso, a sua história será sobre o conflito entre tais personagens, não sobre o objeto de desejo em si.
Existe um certo preconceito sobre a utilização de um MacGuffin nas histórias, mas é inegável que, quando bem utilizado, gera conflito e tração para a narrativa. Vejamos alguns exemplos para deixar claro como é muito difundido.
Titanic é um filme sobre como o amor entre duas pessoas pode chacoalhar as estruturas sociais e mudar a sua vida. O romance entre Jack e Rose, conflituoso com casamento arranjado da moça expõe as personalidades e interesses reais de todos a sua volta, e mostra que, mesmo em meio a uma tragédia, o amor pode prevalecer.
Mas a história começa com um capitão de navio tentando achar um diamante, lembra? O Coração do Oceano?
O Hobbit é um épico que mostra que mesmo o menor dos seres pode fazer a diferença. Uma história onde anões precisam enfrentar um dragão que usurpou seu lar e tesouro, e onde cinco exércitos diferentes lutam pelas riquezas.
Mas a motivação inicial é a busca da Pedra Arken, símbolo da realeza dos anões. É inclusive para furtar ela que o próprio Bilbo é contratado.
Esse é um caso emblemático, pois nos filmes, mesmo sendo peça central das motivações, no final não fica claro quem termina com a Pedra Arken.
Os sete volumes épicos de Stephen King mostram a busca incansável de Roland, o pistoleiro, pela Torre Negra. Tal busca é a força narrativa de toda a obra e motivação única do personagem principal. Não são feitas muitas explicações sobre o que de fato é a Torre, ou o que acontecerá quando Roland a alcançar, mas é em sua busca que as ações dos personagens são ditadas.
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